quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Um tombo quase fatal

por Desirée Raian

Roseane não tem uma relação muito feliz com as árvores. Por volta dos seus seis anos, ela brincava em uma mangueira que havia em seu quintal com as amigas. Era sua maior diversão. Subiram para pegar manga, brincavam de pular e ficar penduradas de galho em galho, á maneira dos macacos, ou da Jane do Tarzan. Maria Roseane era sempre a mais ousada, gostava de se mostrar. Um dia resolveu subir na árvore e acabou caindo em cima da sua casa, pois a árvore era tão alta, que ia além do telhado. Distraída, Roseane quebrou as telhas e caiu de uma altura de pelo menos cinco metros. Ficou estatelada no chão, sem forças sequer para respirar. Esperava que alguém a socorresse.

Apesar do susto, a "arteira" Maria Roseane continuou a brincar na árvore. Já com sete anos, a macaquinha viu uma enorme manga na ponta de um galho e foi tentar pegá-la. O galho não suportou seu peso e quebrou. O descuido quase foi fatal. Além da queda, um pedaço de um galho entrou em suas axilas. "Urrei de dor", lembra. "Minha mãe ficou desesperada." Resultado: teve que fazer uma microcirurgia.

Traumatizada, Maria Roseane jamais voltou a subir na árvore. Hoje ela conta a história e até acha graça. Carrega consigo uma cicatriz, como lembrança das travessuras. A árvore já não existe mais. Com o tempo, apodreceu e caiu.

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