domingo, 7 de setembro de 2008

A acerola da discórdia

Dayane ganhou um banheiro e o MP-4

A dona de casa Dayane Lessa Santos sempre teve uma ótima relação com a mãe, em cujo quintal fez um puxadinho quando se casou. Essa relação só fez melhorar quando teve seus dois filhos, que hoje são a razão de viver da vovó. “Nós até hoje só tivemos problema quando quis construir um banheiro no espaço em que estava o pé de acerola dela”, lembra a filha. Foi sobre as dificuldades que tiveram por causa dessa árvore que Dayane escreveu a história que lhe valeu o prêmio de melhor história da Turma B de Jardim Pernambuco. “História sobre uma árvore preciosa” foi o título que ela deu ao relato que encantou a oficineira Silvana Rodrigues na dinâmica em que essa última apresentou a primeira tarefa da gincana social.

A mãe de Dayane entendeu perfeitamente a necessidade que a filha tinha de ter o seu próprio banheiro, principalmente depois da chegada do seu segundo filho, agora com dois anos. Mas foi logo dizendo: “Você pode fazer em qualquer lugar, menos ali”, disse-lhe apontando para o pé de acerola. A paixão pelos frutos vermelhos daquela árvore só pode ser comparada à que sente pelos netos, nos quais Dayane sequer pode encostar as mãos quando fazem as artes inerentes à infância. “Pra que isso?”, implica a avó quando a mãe vai dar uma bronca ou mesmo uma palmada nas crianças. “Que exagero!” O amor da avó pelos netos pode ser medido pela ameaça que ela faz quando os meninos vão brincar próximo à muda de acerola, plantada por Dayane depois que ela enfim conseguiu construir o banheiro onde desejava. “Ela diz que, se eles arrancarem o pé, ela me mata.”

O conflito com a mãe está longe de ser o único problema de Dayane. “O pai dos meus filhos é um irresponsável”, lamenta ela, que felizmente se juntou a um outro homem, esse sim responsável e carinhoso com as crianças. “O pai é tão ausente que o meu filho mais novo chama o padrasto de pai.” Essa ausência terminou obrigando-a a abrir mão de qualquer carreira profissional ou mesmo educacional. “Larguei tudo para cuidar dos meus filhos”, diz ela, resignada. O Pro Jovem é o início de uma volta à normalidade depois de um período de total inatividade social, iniciado com o nascimento do seu segundo filho, há dois anos. Pretende consolidar esse processo a partir de dezembro, quando inclusive vai prestar vestibular.

Um comentário:

Esperança disse...

Achei muito legal o comentário que foi feito, porém sofri muito para plantar outra muda, que sei que vai dar muito o que falar. Hoje cuido dos meus filhos Eduardo e Caique para que nem cheguem perto da muda, pois tenho que cuidar dessa muda como se fosse meu terceiro filho.
Fiquei muito grata pela atenção que foi dada a minha história que fiz com muito carinho e também vai um agradecimento aos Oficineiros Silvano e Silvana.
Obrigado !
Dayana Lessa Santos